Há uma diferença entre ortografia – que para muitos se torna uma “neurose”, quase uma “psicose” – e correção gramatical. A correção gramatical envolve o bom uso das regras gramaticais da língua portuguesa na prática discursiva, na língua falada, já a correção ortográfica se restringe a grafia, a escrita.

As pessoas em geral quando pensam em escrever um livro ficam muito preocupadas em dominar o uso correto da ortografia. Vale lembrar que, ao começamos a escrever um livro nossa maior preocupação não deve estar centrada na ortografia, essa pode ser até uma necessidade real para muitos escritores, mas não deveria se tornar uma preocupação central, sendo ela uma etapa final da escrita.

Outra diferenciação que precisa ser clara é entre correção ortográfica e análise textual. A análise textual é composta de várias técnicas e abordagens que permitem um olhar para o texto de forma interdisciplinar. Acontece quando buscamos o sentido, as conexões, as interações e significados entre as partes que compõe o texto, deixando que o conteúdo trabalhado cumpra o seu papel enquanto texto. Já a análise textual profunda é quando olhamos de forma transdisciplinar, olhamos o texto do ponto de vista do transbordar, procuramos dar ao texto a liberdade e poder para ter vida própria, encontrar-se com o leitor, com o mercado, com a sociedade ou ainda trazer para o autor aberturas e oportunidades não pensadas.

Enquanto a correção ortográfica é linear e composta de regras e normatizações, a análise textual (em que somos especialistas na Central de Escritores) é complexa, não linear, ramificada e altamente personalizada já que trabalha com sentidos e significados. Nosso trabalho tem um enfoque na análise textual voltada para mercado, leitor, objetivo do autor, objetivo do próprio livro, entre outros, para que o produto livro tenha uma assertividade em relação as expectativas do autor além do que ele espera.

E quanto a ortografia? Não se preocupe, pois esta é uma responsabilidade dos profissionais que compõem uma editora, e não do escritor em si. Ela é realizada quando o livro entra o “forno”. Dificilmente quem escreve consegue um olhar distante o suficiente para uma correção ortográfica bem feita.