Quem nunca ouviu ou teve algumas conversas como do tipo:

— Nossa, que calça linda!

— Gostou? Baratinha demais! Comprei na liquidação!

Ou então…

— Nossa, que bolo delicioso esse que você fez!

— Ah! É muito fácil, te passo a receita!

Pode parecer coisa sem importância, do nosso cotidiano, mas depois que comecei a trabalhar de fato com a escrita e ver tanto conhecimento sendo compartilhado nos livros, passei a ver até mesmo situações como essas com outros olhos.

Esses são cenários nos quais o conhecimento ou um feito estão sendo elogiados por alguém e ao mesmo tempo menosprezados, diminuído por quem o tem nas mãos.

Fazer um bolo pode parecer até algo fácil para quem tem habilidade com o manejo dos ingredientes e o costume de dar seguimento a todo o processo de mistura e acompanhar o tempo de forno. Porém, para outras pessoas, isso parece realmente um trabalho hercúleo.

Até mesmo uma coisa simples como uma boa compra de uma peça de roupa envolve conhecimento, pois quem comprou um produto em uma ótima relação de custo/benefício fez uso do que sabe sobre preços daquele produto no mercado para reconhecer quando a oportunidade estava realmente imperdível.

É incrível como se tornou comum o menosprezar de nosso próprio conhecimento. Estudamos, nos formamos, nos informamos, aprendemos, colocamos em prática e quando somos reconhecidos por isso, reagimos com “ah, isso não foi nada”, acreditando que isso seja humildade e não a desvalorização de tudo que aprendemos.

Como consultor de escrita tenho acompanhado profissionais talentosíssimos, que muitas vezes, apesar de terem segurança sobre seu próprio conhecimento, acabam se surpreendendo ao descobrir que sabiam ainda mais sobre o assunto e mostram aquele brilho no olhar de quem se dá ao direito de se encantar com seu próprio conteúdo.

Além disso, esse processo de descoberta envolve mais do que o autoconhecimento, mas também a visualização mais concreta de que aquele material fará a diferença nas vidas de muitas pessoas. A sensação de se tornar ainda mais útil para a sociedade é gratificante.

Por isso, finalizo aqui o meu texto, pedindo a você, leitor que se torne um escritor e se permita descobrir que o seu conhecimento não é simplório, não é insignificante. Ele é precioso e pode acrescentar muito mais do que você imagina a uma sociedade que está descobrindo novas ideias e resgatando outras essenciais.

João Neto – Consultor de Escrita

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