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Escreva-se!

Começou 2022 e, com ele, janeiro branco. Para aqueles que ainda não sabem – o que acho particularmente difícil nesse nosso novo mundo tecnológico e midiático – estamos em meio a campanha de janeiro branco, mobilização social em prol da visibilidade e importância dos cuidados com a Saúde Mental – principalmente a prevenção.
Há quem diga que escrita tem mais a ver com contar histórias, mas, para mim, a escrita sempre esteve intrinsecamente relacionada aos “auto” da vida: autoconhecimento, autocuidado, autoestima e autocontemplação.
Sim, a parte de contar histórias existe e é um grande objetivo do escritor. Mas não somente, diria mesmo que nem sempre é a meta principal de quem escreve.
Conheci a escrita terapêutica como método há uns quatro ou cinco anos, quando participei da minha primeira Oficina de Escrita Terapêutica da Central de Escritores – o módulo de Autobiografia e Autoconhecimento.
Confesso que até já praticava antes, e sozinha, algumas técnicas – mas ainda nem mesmo sabia que fazia. Desde os tempos da adolescência, quando desabafava as dores e murmúrios típicos da época para meus diários, quando em meio a aula mais chata, emergia em meus pensamentos e criava meus contos fora de órbita, tentando fugir da realidade – quando acabava por encontrar-me dentro de mim, no mais íntimo dos meus temores ou o mais fantástico dos sonhos utópicos.
Quantas vezes, durante crises de tristeza, ataques de raiva ou logo após uma briga homérica com meus pais, não busquei conforto nos cadernos, escrevi longas e longas cartas de desculpas, confissões ou despedidas – só para depois rasgá-las num ímpeto de catarse emocional.
Depois de crescer e conhecer as Oficinas Terapêuticas da Central, muita coisa mudou. A terapia me ajudou a equilibrar as emoções – e por muitas vezes as escritas terapêuticas ajudaram a terapia a encontrar um atalho para dentro de mim. Já sei, hoje, que a inteligência emocional é mais sobre o caminho que de fato sobre a chegada – sobre reconhecer-se e entender-se durante o processo, admitindo as mudanças e aceitando mesmo as derrotas.
Se eu poderia dizer que a escrita terapêutica mudou a minha vida? Não sei. Mas sei que com certeza mudou o jeito com que sinto a vida e experencio meus sentimentos. Mudou a forma com que lido com as minhas inseguranças e ressignifico meus conflitos internos, mudou o jeito com que compreendo o mundo e me expresso nele – isso, não há a menor dúvida.
Assim que algo intenso acontece em minha vida, a primeira coisa que faço é correr para o papel – não há mais bloqueio, choro entalado, raiva guardada! Tudo é jogado às claras, preto no branco (ou azul, dependendo da caneta que tiver por perto), no papel.
Sou uma consultora de escrita, e posso lá não saber tanto de Saúde Mental, mas se puder aqui deixar uma dica de algo que sempre me ajudou muito nos “auto” da vida, é: escreva-se!

Gabriella Maciel

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